Mulheres da Via Campesina/Ásia protestam contra OGMs durante a MOP7
Terra de Direitos
Entre as pautas do manifesto, está a monopolização de sementes transgênicas por transnacionais e a defesa da biodiversidade
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Dois importantes manifestos marcaram a 7ª Reunião das Partes sobre o Protocolo de Cartagena de Biossegurança – MOP7, que foi realizada entre os dias 29 de setembro e 5 de outubro, na Coréia do Sul. Nos protestos dos dias iniciais e finais do encontro, movimentos integrantes da Via Campesina/Ásia marcaram o forte posicionamento da organização internacional de camponeses contra os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs).
Liderado pela Associação Camponesa das Mulheres Coreanas - KWPA, o manifesto reuniu adultos e crianças que defendem a soberania alimentar e o direito à informação em rótulos de alimentos que contém transgênicos. O advogado popular da Terra de Direitos, André Dallagnol, que participa da COP12 e MOP7, também esteve no evento.
O manifesto trouxe, entre outras questões, algumas levantadas na Campanha de Solidariedade Internacional para a Garantia dos Direitos dos Camponeses em Manter as Semestres Crioulas e a Segurança dos Alimentos, em que a KWPA participa, articulada à Associação Nacional dos Consumidores da Coréia – KMNC..
Segundo a declaração da campanha, os OGMs, que são tratados como uma invenção que pode solucionar a crise alimentar, são sementes voltadas ao lucro de apenas algumas empresas transnacionais, que as monopolizam através de patentes. Os manifestantes também denunciam que esses organismos representam uma ameaça à biodiversidade mundial.
A atuação da mulher camponesa na Coréia
Segundo Dallagnol, na Coréia do Sul as mulheres camponesas têm papel fundamental na produção de alimentos, principalmente nos sistemas de agricultura urbana e peri-urbana. “É comum caminhar pelas cidades aqui na Coréia e encontrar plantações ao redor das casas ou em terrenos sem construções”, aponta.
Por isso, a Associação de Mulheres Camponesas visa melhorar a vida das agricultoras da Coréia do Sul, e se opõe às políticas agrícolas neoliberais no país. A Associação defende a agricultura sustentável e a conservação de sementes nativas, e se posiciona contra as plantações em grande escala.
Aqui no Brasil, coletivos sociais semelhantes à KWPA também integram a Via Campesina do país. O Movimento das Mulheres Camponesas- MMC, também luta em defesa dos direitos das trabalhadoras, da natureza, e da conservação da biodiversidade.
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Ações: Biodiversidade e Soberania Alimentar
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